terça-feira, 11 de novembro de 2008

Primal

Não me ponha palavras na boca, prefiro a tua língua, aceito tua saliva, mas rejeito teus conceitos, não temo cometer meus próprios erros, pois no erro não há solidão, rejeito o frio impecável, infalível, indefectível, não quero o não gosto, insípido e inodoro da perfeição, a solidão dos santos, prefiro o clã dos macacos, o corpo nu em pelo, o cheiro atiçando os nervos, o grunhido ancestral, o sangue e o sêmen, a saliva atiçada, os músculos tesos e os olhos faiscantes; misturar meu cheiro ao cheiro de terra fértil, até não ter mais palavra nenhuma para por na boca, só o urro proferido no momento do coito, o desejo primal de estar vivo.

Primo Ferreira

3 comentários:

Unknown disse...

10. Huahuahuahuahua
Muito massa! Depois de ler esse texto, dá vontade de ir pra guerra, ir lutar com um adversário pra poder copular.

Unknown disse...

10. Huahuahuahuahua
Muito massa! Depois de ler esse texto, dá vontade de ir pra guerra, ir lutar com um adversário pra poder copular.

Unknown disse...

hahahahahaha
Ainda bem que demos um passo adiante na evolução, na socialização. Né?