domingo, 29 de agosto de 2010

Cidade de espelhos.


Eu assusto as pessoas nas ruas, eu me assusto
Os olhares petrificados fogem rápidos do encontro
Inevitável
Os olhos rolam da órbita do rosto indo ao chão 
E lá permanecem junto aos pés, vacilantes
Há luas, há tantas outras coisas belezas que se perdem a visão
Eu que sou louco ou só um espelho
Por trás do aço, abre-se meu arco, meu grande segredo
Enormes árvores e flores bem minúsculas
Mas os olhos nunca tornam a rolar de volta ao rosto
E ficam lá com os pés
Confortavelmente tímidos, seguros e vacilantes.

Primo Ferreira

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